vamos viver o tempo que nos resta,
tão curta a vida!
na medida de nosso desejo,
no ritmo de nosso gosto simples,
longe das galas, em liberdade e alegria,
não somos pavões de opulência, nem gênios de ocasião,
feitos nas coxas das apologias, somos apenas tu e eu.
Sento-me contigo no banco de azulejos à sombra da mangueira,
esperando a noite chegar para cobrir de estrelas teus cabelos,
envolta em lua: dá-me tua mão, sorri teu sorriso,
me rejubilo no teu beijo, laurel e recompensa.
Aqui, neste recanto de jardim quero repousar em paz
quando chegar a hora, eis meu testamento".
((Amado Jorge))
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